domingo, 11 de março de 2018

O INFERNO DE DANTE BRASILEIRO VIA CRIME ORGANIZADO

11/03/2018, 10:01 - "Não sei se procede esta entrevista, mas se for verídica, sinta o caos que estamos vivendo. É estarrecedor....", adverte a amiga que enviou esta matéria pelo Whatsapp.

Assustadora mas imperdível a entrevista com o líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola , ao jornal O Globo, Estamos todos no inferno. Não há solução, pois não conhecemos nem o problema. O

GLOBO: Você é do PCC? - Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre e invisível… vocês nunca me olharam durante décadas… E antigamente era mole resolver o problema da miséria… O diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, poucas favelas, ralas periferias… A solução é que nunca vinha… Que fizeram? Nada. O governo federal alguma vez alocou uma verba para nós? Nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas músicas românticas sobre a “beleza dos morros ao amanhecer”, essas coisas… Agora, estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo… Nós somos o início tardio de vossa consciência social… Viu? Sou culto… Leio Dante na prisão…

O GLOBO: – Mas… a solução seria… - Solução? - Não há mais solução, cara… A própria idéia de “solução” já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma “tirania esclarecida”, que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC…) e do Judiciário, que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até conference calls entre presídios…). E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não há solução. O

GLOBO: – Você não têm medo de morrer? - Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar… mas eu posso mandar matar vocês lá fora…. Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba… Estamos no centro do Insolúvel, mesmo… Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração… A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala… Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em “seja marginal, seja herói”? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha… Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante… mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem.Vocês não ouvem as gravações feitas “com autorização da Justiça”? Pois é. É outra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo.

O GLOBO: – O que mudou nas periferias? - Grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem US$40 milhões como o Beira-Mar não manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório… Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no “microondas”… ha, ha… Vocês são o Estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terreno próprio. Vocês, em terra estranha. Nós não tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vão de três-oitão. Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados. Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produto vêm de fora, somos globais. Nós não esquecemos de vocês, são nossos fregueses. Vocês nos esquecem assim que passa o surto de violência.

O GLOBO: – Mas o que devemos fazer? - Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas… O país está quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e o governo ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. O Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz, “Sobre a guerra”. Não há perspectiva de êxito… Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas… A gente já tem até foguete anti-tanques… Se bobear, vão rolar uns Stingers aí… Pra acabar com a gente, só jogando bomba atômica nas favelas… Aliás, a gente acaba arranjando também “umazinha”, daquelas bombas sujas mesmo. Já pensou? Ipanema radioativa?

O GLOBO: – Mas… não haveria solução? - Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a “normalidade”. Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma autocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco…na boa… na moral… Estamos todos no centro do Insolúvel. Só que nós vivemos dele e vocês… não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Olha aqui, mano, não há solução. Sabem por quê? Porque vocês não entendem nem a extensão do problema. Como escreveu o divino Dante: “Lasciate ogna speranza voi cheentrate!” Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno .

Comentário de Atilio Machado Peppe:

De fato, é estarrecedor... Pode até ser uma matéria forjada, mas não caracteriza exatamente uma “fakenews” porque passa uma análise muito realista da realidade tétrica que temos visto piorar desde o final dos anos 80. Minha dissertação de mestrado, uma etnografia política sobre associativismo nas favelas cariocas já constatava o terrível embrião desse câncer sociopolítico-cultural e ético! Inspirado no Inferno de Dante, esse “informante” anuncia o apocalipse de nossa sociedade, o que nós, com “essa mania de humanismo” podemos relativizar por conta dos sinais de esperança que talvez sejamos capazes de vislumbrar e até construir apoiados na fé no Deus de Bondade todo-poderoso e mediante os mecanismos adequados de reforma social e políticas públicas!

quarta-feira, 26 de julho de 2017

RELATO SOBRE A REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA 07/07/2017 DA
COORDENAÇÃO COLEGIADA DO FOPAP COM O
DIRETOR DO DEPTO. DE POLÍTICAS DE EMPREGABILIDADE DA SPPE/MTb

Os tópicos abaixo sumarizados fazem parte do amplo relato que fizemos daquela importante reunião, que servirá como subsídio para o desenvolvimento das próximas atividades do FOPAP - Fórum Paulista de Aprendizagem Profissional.

A. Pressupostos básicos
B. Tópicos debatidos
1. A questão do registro de “escolas técnicas privadas” no CNAP
2.Elaboração urgente do novo Plano Nacional de Aprendizagem
a) Reafirmação do potencial nacional das vagas de Aprendizagem
b) Viabilização das “cotas sociais” conforme Portaria MTb nº 693/2017
c) Fomento da Aprendizagem nos órgãos da Administração Pública
d) Representatividade dos Fóruns Estaduais de Aprendizagem
3. Outros temas essenciais ao aperfeiçoamento da Aprendizagem
a) Ampliar o protagonismo dos AFTs na vida do Programa           
b) Multiplicar contratação de aprendizes em regiões do estado
c) Melhoria urgente dos instrumentos e recursos do Programa no MTb
d) Riscos de retrocesso dos níveis de contratação de Aprendizes
C. Frentes estratégicas de ação para o FOPAP
1. Campos fundamentais de interlocução institucional
2. Diversos campos de protagonismo desafiam os fóruns estaduais

Ética da Responsabilidade e Poder em Hans Jonas

Com este estudo pretendo avaliar na obra do filósofo Hans Jonas O princípio responsabilidade – Ensaio de uma ética para a civilização tecnológica os vetores de uma Ética da Responsabilidade e suas relações com o poder. Será apresentado no II Colóquio Internacional de Filosofia Francesa e Cultura, na Universidade Estadual do Maranhão, em outubro de 2017.
O vertiginoso desenvolvimento científico-tecnológico da modernidade transformou radicalmente a natureza da ação humana ampliando de forma exponencial o seu poder de intervenção sobre o curso da natureza e da história, a ponto de representar séria ameaça à sobrevivência do planeta. Essa gigantesca influência da ação humana tecnificada deixou de encontrar enquadramento nos parâmetros éticos tradicionais. Exige urgente revisão crítica do pensamento ético rumo a “uma nova ética de responsabilidade de longo alcance, proporcional à amplitude de nosso poder” capaz de imensos impactos sobre o destino da vida humana e das coisas extra-humanas.
Mesmo admitindo a pertinência da ética tradicional na orientação de muitos aspectos da vida humana, precisamos de uma ética renovada capaz de suscitar a responsabilidade humana diante do poder transformador da ação tecnificada sobre o presente e futuro. Ela se condensaria neste imperativo moral: “Aja de modo a que os efeitos de tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma autêntica vida humana sobre a terra”, que englobe, portanto, o bem das futuras gerações.
Trata-se de uma nova ética que inclui o nosso dever para com o futuro. Ainda que, no plano da fé religiosa, essa atitude pudesse apoiar-se numa vontade transcendente, o autor opta pela abordagem imanente. Funda o imperativo dessa ética da responsabilidade para com a existência da humanidade sobre o único comportamento naturalmente altruísta do ser humano: o sentimento paterno/materno de cuidado com a vida da criança que os adultos autônomos normalmente cultivam. Recorre à metafísica leibniziana da “primazia absoluta do Ser diante do nada”, compromisso radical de responsabilidade pela preservação da existência do Ser circunscrito à temporalidade. Responsabilidade que ultrapassa o presente para valorizar um horizonte de futuro, na moralidade individual e na prática política.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

RETOMADA DOS POSTS E RESTABELECIMENTO DA PÁGINA "ESCRITOS"


Peço desculpas aos prezados frequentadores deste blog pela prolongada interrupção de postagens. Espero retomá-las com maior regularidade a partir desta data (1º de agosto de 2016). Com relação à página "Escritos", pude, finalmente, restabelecer os links dos textos na Web por meio do aplicativo Google Drive, que substitui o anterior, permitindo a atualização dos meus escritos até junho/2016 e a visualização dos mesmos. Basta clicar sobre cada título na lista da página "Escritos".

Venho investindo cada vez mais na produção de textos de filosofia, sobretudo nos campos da ética e da filosofia política, em função dos cursos e seminários relacionados com minha participação no programa de pós-graduação do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), no qual estou realizando o doutorado focado em pesquisa sobre "Trabalho humano, tecnociência e reconhecimento ético na filosofia de Henrique Cláudio de Lima Vaz". A pesquisa tenta resgatar o melhor de minha trajetória pessoal e profissional na perspectiva de construir uma nova síntese intelectual aberta à retomada intensiva da vida acadêmica como pesquisador e professor. É precisamente nessa direção que imagino a evolução deste blog e de outros instrumentos de interação com os interlocutores e amigos que vão cruzando as trilhas desse caminho.

A figura de meu dileto mestre e autor de referência, o Pe. Vaz,sj (1921-1982) tornou-se mais do que nunca a grande fonte de inspiração de vida pessoal e filosófica na fidelidade dinâmica e criativa aos princípios humanísticos cristãos que ele transmitiu magistralmente e que continuam alimentando o crescimento intelectual de tantas pessoas afeitas ao extraordinário legado filosófico de sua vasta obra. Esta é muito bem cultivada até hoje pela FAJE - Faculdade de Filosofia do Jesuítas, em Belo Horizonte, à qual Lima Vaz dedicou os melhores anos de sua vida na formação integral de tantos jovens para a construção de um mundo mais livre, justo e fraterno.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Dirigentes da SERT-SP recebem comissão do FOPES para interação com a Economia Solidária

O novo titular da SERT-SP (Secretaria Estadual de Emprego e Relações do Trabalho), José Luiz Ribeiro, juntamente com seu adjunto Eufrozino Pereira, receberam hoje pela manhã (23/06/2015) em seu gabinete uma comissão de cinco membros da Coordenação Executiva do FOPES - Fórum Paulista de Economia Solidária para tratar detalhadamente das interfaces desse programa com a sua Secretaria e o Governo do Estado de São Paulo. Revelaram-se sobremaneira receptivos, sensíveis ao assunto e prontos para viabilizar pontes de interação institucional.

Veja na página "Economia Solidária" do blog um relato sobre esse encontro e os compromissos assumidos.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

FOPES aprova o Plano de Economia Solidária do Estado de São Paulo - 2015-2019

Em reunião ampliada realizada hoje (19/06/2015) pelo FOPES (Fórum Paulista de Economia Solidária) na sede da SRTE-SP/MTE, com a participação de representantes dos fóruns regionais/municipais da economia solidária, foi discutido e aprovado oficialmente o "Plano de Economia Solidária do Estado de São Paulo 2015-2010" , fruto da III Conferência Estadual de Economia Solidária do Estado de São Paulo, realizada de 15 a 17 de maio de 2014 em São Bernardo do Campo.

Emblematicamente, o Plano Estadual é aprovado um dia após a aprovação do 1º Plano Nacional de Economia Solidária (2015-2019), homologado pelo Ministro do Trabalho e Emprego por meio da Resolução nº 06, de 26/03/2015, publicada no Diário Oficial da União de ontem, 18/06/2015, com "o objetivo de promover o direito de produzir e viver de forma associativa e sustentável, a partir de deliberações da 3ª Conferência Nacional de Economia Solidária (CONAES)" (notícia do site MTE).

Veja o post completo na página "Economia Solidária" deste blog, com as metas do Plano de Economia Solidária do Estado de São Paulo 2015-2019.

sexta-feira, 12 de junho de 2015


COORDENAÇÃO COLEGIADA E GEAPRO
AVALIAM O I SEMINÁRIO FOPAP



A CC reunida com o GEAPRO em 15/06 realizou a avaliação do “I Seminário FOPAP – Qualidade e Sustentabilidade da Aprendizagem Profissional”, realizado em 20 de maio de 2015 na unidade Consolação do SENAC-SP, dando início ao planejamento das atividades do FOPAP para o 2º semestre deste ano de 2015. A síntese da avaliação será divulgada em breve.

A proposta da Secretaria Executiva do FOPAP para a Avaliação e o Planejamento consiste em organizar a participação dos presentes por intermédio de um roteiro temático de aproveitamento dos conteúdos principais do I Seminário como fonte norteadora das próximas atividades do FOPAP. Parte-se da premissa de que o Seminário, conforme previsto tornou-se um marco de referência para a vida do FOPAP e dos protagonistas da Aprendizagem Profissional no estado de São Paulo, merecendo, pois, o tratamento e aprofundamento intensivo de seus conteúdos como material de aperfeiçoamento das nossas reflexões e práticas.
Leia o texto integral da proposta na página "Aprendizagem Profissional", neste blog.